O Instituto Ganga Zumba e Movimento Negro e Afro-Religioso realizam o “Circuito Mojubá Afro-Amazônico”, com apoio da Manauscult.
A programação reunirá gastronomia, artesanato, feira de livros e rodas de conversas e será realizada no estacionamento do Museu da Cidade de Manaus (Muma), na avenida 7 de Setembro, centro histórico, no próximo dia 27/5, a partir das 16h.
O evento é alusivo à data 24 de maio, uma das mais importantes para o Amazonas porque, neste dia, em 1884, os escravos negros foram libertados no município, dois meses antes da abolição da escravidão no Amazonas, e quatro anos antes da Princesa Isabel assinar a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Manaus, no entanto, foi a segunda cidade brasileira a abolir a escravidão.
Mesmo com todo seu contexto histórico e apesar de dar nome a uma das principais ruas da cidade, a data de 24 de maio ainda é desconhecida por muitos manauenses.
Quilombo
O bairro Praça 14 de Janeiro, na zona Sul, é considerado o primeiro núcleo de moradores ex-escravos, tendo sido composto por operários migrantes maranhenses que chegaram logo após a libertação em 24 de maio de 1884. O local abriga o tradicional Quilombo de São Benedito. Este ano, a tradicional e centenária festa de São Benedito, o santo protetor dos escravizados, que é mantida até hoje na comunidade, contou com o apoio da Prefeitura de Manaus.
“Há muito tempo a existência dos negros vem sendo invisibilizada pela história. E se você levantar informações dos bairros da Praça 14 de Janeiro, São Raimundo e Glória, por exemplo, eles eram regiões periféricas de Manaus, que abrigavam muitos retirantes nordestinos e de outros estados, justamente por serem áreas próximas ao Porto de Manaus, onde muitos negros faziam trabalhos braçais. É importante manter viva a história e isso o atual diretor-presidente está fazendo muito bem”, disse Luiz de Badé, militante do movimento negro.
Luiz também comenta que o bairro Praça 14 de Janeiro, após o tombamento do quilombo de São Benedito, passou a ser o espaço de maior referência para resistência das religiões de matrizes africanas e movimento negro, por concentrar a maior quantidade de descendente de escravos e, também, por ser o segundo quilombo urbano do Brasil e patrimônio cultural imaterial do estado do Amazonas.
“Em Manaus há comunidade negra, resistência, cultura, história, tradição, e isso precisa ser preservado e, acima de tudo, respeitada. Então, aproveito para agradecer ao prefeito David Almeida pelo espaço e reparação histórica, não apenas com os negros como, também, com os povos e comunidades de terreiros, pelo apoio ao Circuito Mojubá e ao Balaio da Oxum 2023”, finalizou Luiz de Badé.
Programação
16h – Abertura: Hino Nacional e Coral Afro
16h20 – Roda de conversa: Liberdade, Liberdade
17h20 – Maracatu
17h40 – Acervo e biografias Amazônia
18h – Apresentação de capoeira Instituto Afro Cultural
19h – Tambor de Crioula
19h – Escola de Samba É o Amor
20h – Homenagens
20h – Mara Lima
21h10 – Papo de Preto, Gabriel Lima, Alaíde Negão
22h20 – Couro Velho
23h10 – Encerramento