O trânsito em Manaus é uma máquina de matar. Vem tirando vidas de pais, mães e filhos, desestruturando famílias e jogando no desespero aqueles que perderam o seu ente querido. É uma tristeza sem fim. Mas também uma indignação sem tamanho.
O que está ocorrendo em Manaus não é de agora, porém nos últimos anos as violências e mortes no trânsito se intensificaram a um ponto que é praticamente impossível não tocar no assunto.
É gritante o desprezo do Governo Estadual e da Prefeitura de Manaus sobre essas violências e mortes. Fruto do negacionismo? Da falta de sensibilidade? Da ausência de cuidado com a população da cidade? Do descaso pela vida?
Não há um conjunto de sinalização de trânsito apropriado na cidade. Os programas oficiais de educação de trânsito sumiram das escolas e de outros espaços educativos. As propagandas também não são mais vistas nos meios de comunicação.
E para agravar a situação, o serviço de tapa buraco é péssimo (tapa o buraco e cria a saliência, verdadeiras montanhas nas ruas) e demorado, o que atrapalha o processo de condução do veículo. E não há uma programação de horário para a circulação de veículos pesados. Estes têm causado enormes tragédias e tirado muitas vidas.
É recorrente nos noticiários locais mortes de condutores e passageiros de moto (seja particular ou de aplicativo), atropelamentos, carros em muros, postes e esmagados por contêiners.
Consoante dados do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), os acidentes com mortes registrados em Manaus no primeiro semestre do ano de 2024 já são maiores do que os registrados em 2023.
É necessário e fundamental políticas públicas voltadas para o trânsito (propaganda, educação, manutenção de qualidade das vias, planejamento para a circulação de veículos pesados, etc.), com o objetivo de salvar vidas.
A vida é um bem precioso dado por Deus e não pode ser vilipendiada desse jeito.